Unidade 2: Identificar

As agências humanitárias que trabalham em ambientes humanitários e de desenvolvimento têm o dever de prevenir e responder a preocupações de salvaguarda que possam surgir quando entram em contato com pessoas, sejam funcionários, voluntários, membros do conselho, parceiros e fornecedores. A salvaguarda bem-sucedida impede que adultos e crianças sofram danos, abuso ou exploração. 

Ao pensar em salvaguarda, as organizações devem explorar cinco fases principais. A primeira fase é “identificar”. Como líder de salvaguarda ou ponto focal, é importante que você seja capaz de identificar quem é vulnerável a danos. Normalmente, isso significa pessoas com menos poder por causa da idade, sexo ou deficiência. 

Você deve ser capaz de identificar as diferentes formas de dano e os vários sinais, sintomas e indicadores de dano. A segunda fase é “prevenir”. Os líderes de salvaguarda devem apoiar suas organizações a tomar medidas proativas para prevenir a ocorrência de danos às pessoas com quem têm contato direto ou indireto. As organizações devem realizar avaliações de risco para determinar os riscos que podem ocorrer em suas operações e mitigá-los com procedimentos de recrutamento mais seguros, códigos de conduta, treinamento, programação mais segura e uso mais seguro de imagens e dados pessoais. 

A terceira fase é a de “denunciar”. As organizações devem reconhecer que existem muitos obstáculos para sobreviventes e/ou vítimas que não se manifestam para expressar suas preocupações. Portanto, as organizações devem garantir que os mecanismos de denúncia internos sejam seguros, acessíveis, eficazes e respondam às necessidades dos sobreviventes. Se isso estiver implementado, os funcionários, os beneficiários e as comunidades que entrarem em contato com sua organização poderão informar com segurança as preocupações de salvaguarda que tiverem. 

A quarta fase é “responder”. Quando as preocupações de salvaguarda são recebidas, as organizações e líderes de salvaguarda devem ter procedimentos implementados para gerenciar a denúncia de abuso de crianças, adultos vulneráveis e funcionários. Uma abordagem centrada no sobrevivente, onde as decisões são avaliadas pelo risco e tomadas no melhor interesse do sobrevivente, é fundamental aqui. 

A quinta fase do ciclo de salvaguarda é “aprender”. As agências humanitárias devem garantir que os erros ou deslizes cometidos nas fases anteriores sejam detectados e melhorados no futuro. Por exemplo, devem ser feitas melhorias nas políticas, procedimentos e práticas, para que possamos prevenir e responder às preocupações de salvaguarda no futuro. 

Precisamos lembrar que, como líder de salvaguarda para sua organização, você pode receber ou gerenciar uma preocupação de salvaguarda em qualquer fase do ciclo. Assim, todas as fases podem ocorrer a qualquer momento. É importante lembrar de não deixar passar nenhuma das fases, pois ao fazê-lo, sua organização corre o risco de ser insegura para crianças e adultos que entrarem em contato com ela.

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Você pode encontrar diferentes estruturas para explorar a questão da salvaguarda, mas algumas pessoas com responsabilidades de salvaguarda no setor de ajuda e desenvolvimento relataram que acharam esta muito útil. Isso ocorre devido à maneira como concentra a atenção em alguns dos aspectos da salvaguarda que, de outra forma, podem ser negligenciados. Por exemplo, a tendência de se concentrar em denunciar e responder, em vez de realmente pensar nas questões de prevenção ou garantir que as lições sejam aprendidas e usadas para melhorar a salvaguarda no futuro. Ela também pode destacar quem mais precisa de um entendimento maior das questões de salvaguarda, por exemplo, se a prevenção inclui recrutamento, então quem é responsável pelo recrutamento em sua organização?